DIÁLOGOS SOBRE CINEMA ULTRAPASSA "FRONTEIRAS" ENTRE DOCUMENTÁRIO E FICÇÃO
COM GITIRANA DE ORLANDO SENNA
Sessão será acompanhada com debate com diretor e atriz principal do filme
A série Diálogos sobre Cinema exibirá, em seu terceiro encontro, o filme "Gitirana" (1975), com a presença do cineasta Orlando Senna e da atriz Conceição Senna, que conversam com o público após a sessão. O encontro acontece no sábado, dia 11 de agosto, às 15h, na Sala Roberto Pires, da Associação Bahiana de Imprensa. "Gitirana" faz parte de trilogia de filmes, do diretor Orlando Senna, que ultrapassam as "fronteiras" entre documentário e ficção
Com encontros mensais e gratuitas, a série Diálogos sobre Cinema pretende reunir cineastas, críticos e estudantes para um bate-papo informal sobre cinema, utilizando como mote um filme brasileiro, escolhido pelo convidado. A primeira sessão aconteceu em junho, marcando a inauguração da Sala Roberto Pires, com a presença do cineasta André Luiz Oliveira e a exibição de “Abrigo Nuclear”, e a segunda, em julho, com a presença de Pola Ribeiro e o filme “Jardim das Folhas Sagradas”. Os convidados são sempre ligados à produção ou crítica cinematográfica.
O evento é realizado pela Associação Bahiana de Imprensa e pelo Instituto Memória Roberto Pires, e conta com o apoio da Diretoria de Imagem e Som da Bahia (Dimas), da Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV), da Associação de Produtores de Cinema (APC), da Cambuí Produções e da Iglu Filmes.
CONVIDADOS
Orlando Senna é roteirista e diretor de cinema, nascido em Afrânio Peixoto, na Chapada Diamantina. Um dos principais nomes do cinema baiano e brasileiro, também é jornalista e crítico de cinema e participou da ebulição do Ciclo Bahiano de Cinema e do Cinema Novo. Mais recentemente, se destacou por sua atuação na construção de políticas para o audiovisual.
Sua estreia no cinema foi em “Tocaia no Asfalto” (1962), como assistente de direção de Roberto Pires. Como diretor de cinema, realizou o episódio "Cinema Novo" no documentário “Enredando sombras” (1998), os longas, “BrasCuba” (1987), em codireção com Santiago Alvarez, “Diamante Bruto” (1977), “Iracema – Uma Transa Amazônica” (1976), "Gitirana" (1975), os dois últimos em codireção com Jorge Bodansky, “A Construção da Morte” (1969), e os curtas “Imagem da Terra e do Povo” (1962) e “Festa” (1961).
Também escreveu roteiros para Roberto Pires, Hector Babenco, Geraldo Sarno e Ruy Guerra. Foi professor e diretor da Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, diretor geral da Empresa Brasil de Comunicação, e atualmente é presidente da Televisión América Latina (TAL).
Conceição Senna é atriz e cineasta. Participou de dezenas de espetáculos teatrais em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Havana, entre eles “Morte e Vida Severina”, “Essa Noite Improvisamos”, “O Gonzaga”, “Teatro de Cordel”, “O Belo Indiferente” e “A Divina Comédia”. Atuou, no cinema, em inúmeros filmes de Roberto Pires, Orlando Senna, Glauber Rocha, Geraldo Sarno, Laís Bodansky, entre outros. Em 1995, lançou “Brilhante”, seu primeiro longa-metragem, que narra o processo de transformação da cidade de Lençóis e, através de depoimentos, os moradores relembram as filmagens de 'Diamante Bruto' e as mudanças ocorridas, desde então, em suas vidas e na economia local. Em 2010, lançou a autobiografia “A Menina, a Guerra e as Almas”, sobre a sua infância em Canudos.
GITIRANA
Em estilo que soma o documentário ao fantástico, “Gitirana” é baseado em histórias de cordel, narra a história de Ciça em busca do Reino de Miramar, onde não existe fome e miséria. Ciça sofre várias mutações (menino, mulher, homem) em sua busca sem fim. O filme foi impedido, pela censura do regime militar, de estrear no Brasil por mais de cinco anos. Pouco exibido no Brasil, o documentário participou dos festivais de Cannes, Berlim e Nancy.
Com direção de Orlando Senna e Jorge Bodansky,"Gitirana” faz parte de triologia de filmes que ultrapassam as fronteiras entre documentário e ficção. É o segundo filme da série que aborda a aproximação da realidade nua e crua a partir de ganchos ficcionais. “Em Iracema a imitação da realidade se funde com o real, em "Gitirana” a fantasia se funde com o real, em Diamante Bruto o melodrama se funde com o real”, escreve Hermes Leal, em “O Homem da Montanha”, livro biográfico sobre Orlando Senna.
O sucesso de “Iracema, uma Transa Amazônica”, também dirigido pela dupla, fez a televisão alemã ZDF encomendar um novo filme. Para escrever o roteiro, Orlando Senna tomou como ponto de partida a memória de centenas de cordéis que leu, pesquisas para espetáculos de teatro, e conhecimento da região. O filme é "uma saga onde o desfile de várias histórias e situações cordeleiras era possível: uma pessoa recebe do Padre Cícero a missão de encontrar o Reino de Miramar, o país da justiça e da felicidade, que está em algum lugar ou em algum tempo do Nordeste”, conta Orlando Senna, personagem principal do livro de Hermes Leal.
Ficha Técnica
1975, ficção, 90 minutos, cor
Co-produção Brasil / Alemanha
Produção Stop Film / ZDF
Direção: Orlando Senna e Jorge Bodanzky
Roteiro: Orlando Senna
Fotografia: Jorge Bodanzky
Som: Achim Tappen
Edição: Eva Grundmann e Jorge Bodanky
Elenco: Conceição Senna e atores populares da Bahia.
DIÁLOGOS SOBRE CINEMA COM ORLANDO SENNA E CONCEIÇÃO SENNA
Dia: 11/08/2012 (sábado)
Horário: 15 horas
Local: Sala Roberto Pires na Associação Baiana de Imprensa (ABI). Rua Guedes de Brito, 1. Centro. Salvador/BA
Preço: Gratuito
