quarta-feira, 29 de junho de 2011

FUTURISTA – Quartas Baianas exibe filme do diretor Roberto Pires

FUTURISTA – QUARTAS BAIANAS EXIBE FILME DO DIRETOR ROBERTO PIRES - A narrativa de Abrigo Nuclear se passa no futuro, no interior de um abrigo nuclear subterrâneo, construído para preservar a espécie humana da radiação ionizante responsável pela contaminação da superfície terrestre. Embora protegidos da radiação, os habitantes vivem sob o regime Cibernético-Nuclear, controlado pelo comandante Avo e seus seguidores. Inconformados com a situação, a geóloga Lix e um grupo de dissidentes elaboram secretamente o projeto Alfa, numa tentativa de fazer com que os seres humanos retornem à superfície da Terra.

* Sala Walter da Silveira
* 71 3116 8120
* 29/6, 20h
* Grátis

domingo, 26 de junho de 2011

DEZ ANOS SEM ROBERTO PIRES



Há dez anos, em 27 de junho de 2001, faleceu Roberto Pires, vítima de um câncer provavelmente contraído quando dirigia o filme "Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia" (1990). Nome de fundamental importância para o Ciclo Bahiano de Cinema, e um dos precussores do Cinema Novo Brasileiro, foi profissional completo do cinema. Dirigiu 8 longas, além de diversos curtas e documentários, produziu, montou, realizou efeitos especiais e cenários, além de inventar soluções e equipamentos. Personalidade agregadora, Roberto teve 10 filhos.

Cineasta de muitas habilidades, construiu uma lente anamórfica e um sistema de som magnética para para realizar o primeiro longa metragem da Bahia, "Redenção" (1959), e dirigiu filmes importantes para o Cinema Novo e Ciclo Bahiano de Cinema, como "A Grande Feira" (1961) e "Tocaia no Asfalto" (1962). No RIo, realizou "Crime de Sacopã" (1963), e também de "Máscara da Traição" (1969), e "Em Busca do Su$exo" (1970).

A partir da década de 70, se interessa pela questão nuclear e milita contra o uso da energia atômica no mundo. Dentro dessa linha, realiza "Abrigo Nuclear" (1980) e "Césio 137", além de realizar documentários como "Alternativa Energética" (1982), e "Biodigestor" e "Energia Solar", os dois últimos em 1991, enquanto trabalhava para o Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) da Universidade de Brasília (UnB).

Na capital federal, também dirigiu o episódio "A Volta de Chico Candango", dentro do longa "Brasília, A última Utopia" (1989), co-dirigido com Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Geraldo Moraes, Pedro Anísio, e Moacir de Oliveira.

Bastante versátil e profissional competente, Roberto Pires participou de trabalhos de outros cineastas, executando diferentes funções. Realizou a montagem de filmes como "O Caipora" (1964), de Oscar Santana; "Choque de Sentimentos" (1965), de Máximo Alviani; "O Homem que Comprou o Mundo" (1967), de Eduardo Coutinho; "Antes, o Verão" (1968), de Gerson Tavares; "Bahia, Por Exemplo" (1970), de Rex Schindler; "Di Cavalcanti" (1977), documentário de Glauber Rocha, "Diamante Bruto" (1977), de Orlando Senna; e; "A TV que Virou Estrela de Cinema" (1992), de Yanko del Pino.

Foi produtor de "Barravento" (1960), de Glauber Rocha; produtor associado de "Como Vai, Vai Bem?" (1968), obra em oito episódios, dirigidos pelo Grupo Câmara (Alberto e Walkyria Salvá e outros), e; diretor de produção de "O Cego que Gritava Luz" (1995), de João Baptista de Andrade. Em parceria com Pedro Moraes, Pires foi diretor de fotografia de "A Idade da Terra" (1979), de Glauber Rocha. E, ainda, responsável pela supervisão técnica e corte de "O Mágico e o Delegado" (1979), de Fernando Coni Campos.

Mais informações sobre Roberto Pires e sua obra, e o que vem sendo feito para preservar a sua memória:

http://www.redencao50anos.com.br
http://www.memoriarobertopires.com.br

sexta-feira, 17 de junho de 2011

REDENÇÃO, PRIMEIRO LONGA BAIANO, TEM SESSÃO NO MOSTRA DE OURO PRETO




Programa Memória Roberto Pires participará do principal encontro sobre preservação de memória audiovisual no Brasil

Redenção”, dirigido por Roberto Pires e considerado o primeiro longa-metragem baiano, terá sessão no sábado (18), às 18h, no Cine Vila Rica, dentro da programação da Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP). O filme foi lançado em 1959, e foi restaurado digitalmente em 2010, sob a coordenação do Programa Memória Roberto Pires. A Mostra tem como tema central a década de 1950, e abriga o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, principal evento sobre preservação da memória audiovisual no Brasil.

Petrus Pires, coordenador do Programa Memória Roberto Pires e filho do cineasta, participará da Mostra e do Encontro. Para Petrus, “a sessão de Redenção dentro da CineOP é o reconhecimento do processo de preservação da memória de Roberto Pires. A restauração da obra apenas se completa com a sua exibição”.

Sobre o Encontro de Arquivos, Petrus considera que “a participação no evento é fundamental para estabelecer contatos com outros preservadores, trocar experiências, e dar continuidade ao nosso trabalho, que é garantir a preservação da obra completa de meu pai”.

Ainda esse ano, deverá ter início a restauração digital de “A Grande Feira” e “Tocaia no Asfalto”, com patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Os dois filmes, dirigidos por Roberto Pires, são fundamentais para entender o Ciclo Bahiano de Cinema, e o início do movimento Cinema Novo.

Redenção

O lançamento de “Redenção” conseguiu dar impulso aos anseios de jovens da Bahia apaixonados pelo cinema, entre eles, Glauber Rocha. A partir de então, a Bahia passa por um período de grande produção cinematográfica denominado Ciclo Bahiano de Cinema. Durante o Ciclo, Salvador chegou a ser considerada a Meca do Cinema Mundial. Com Rex Schindler e Glauber Rocha incorporados ao grupo da Iglu Filmes, deram início a produção de três longas metragens importantes para o Ciclo Bahiano de Cinema. “A Grande Feira” e “Tocaia no Asfalto”, dirigidos por Roberto Pires, além de “Barravento” que, por indicação de Pires, acabou sendo dirigido por Glauber Rocha.

Perdidamente apaixonado pela arte cinematográfica, Roberto decidiu utilizar a mais avançada tecnologia disponível no mundo para fazer o primeiro longa baiano. Na década de 50, isto era sinônimo de som magnético e lente anamórfica, mais conhecida como Cinemascope. Na Bahia da época, onde conseguir os mais simples equipamentos era uma grande dificuldade, a ideia de Roberto parecia uma loucura ainda maior do que fazer cinema.

Entretanto, Roberto Pires inventou uma lente anamórfica própria, a Igluscope, e um sistema de som, o Magmasom, para a realização de “Redenção”. O domínio das duas tecnologias chamaram a atenção da Motion Pictures, associação que reúne até hoje as principais produtoras de cinemas de Hollywood. O cineasta Orlando Senna lembra da visita de dois técnicos da associação à Bahia para conhecer os feitos de Roberto Pires.

Em uma sessão de gala, em 6 de março de 1959, no Cine Guarani, em Salvador, foi lançado Redenção, primeiro filme de longa metragem baiano. O filme teve um sucesso estrondoso e bateu recordes de bilheteria.

As cópias do filme estavam dadas como perdidas até 2005, quando uma cópia em 16mm foi localizada no Instituto Lula Ayres Cardoso, em Pernambuco. A instituição cedeu a cópia à família do diretor Roberto Pires, que iniciou um processo de restauração do filme, concluída em 2010.


Roberto Pires

Roberto de Castro Pires nasceu em Salvador, no dia 29 de setembro de 1934. Com 12 anos, começou a frequentar constantemente os cinemas Pax, Santo Antonio, Jandaia e Aliança, em Salvador. Nestas salas, quase sempre, eram exibidos filmes policiais. Gênero pelo qual Roberto desenvolveu um gosto especial e que lhe rendeu comparações a Hitchcock.

Para realizar o primeiro longa metragem da Bahia, Roberto decidiu utilizar a mais avançada tecnologia da época, o som magnético e a lente cinemascope. Extremamente criativo, Roberto construiu outros equipamentos utilizados em seus filmes como gruas, carrinhos, cabeças de câmara, filtros e dezenas de aparatos diversos. Fora do cinema, o cineasta se divertiria fazendo telescópios e outras invenções para os seus dez filhos e muitos netos. Autodidata, criativo e artesão, além disto, uma alma generosa, aberta e solidária, ele se dispôs a transmitir, ou melhor, dar de presente seu conhecimento e suas habilidades para outros realizadores que, no início da década de 60, começavam a fazer cinema na Bahia e no Rio de Janeiro.

Em Salvador, foi diretor do primeiro longa-metragem baiano, Roberto também dirigiu obras importantes para o Ciclo Bahiano de Cinema e o Cinema Novo, com “A Grande Feira”, lançado em 1961, e “Tocaia no Asfalto”, do ano seguinte.Em 1963, se muda para o Rio de Janeiro, onde dirige Crime de Sacopã. Em 1969, Roberto lança “Máscaras da Traição”, com a participação de Tarcísio Meira, Glória Menezes e Cláudio Marzo no elenco. A seguir, dirige “Em busca do Su$exo”, filme totalmente diferente do resto de sua obra.

Ainda no Rio, Roberto começa a se interessar pela questão da energia nuclear. Desenvolve pesquisas e projetos e busca apoio de César Lattes, cientista brasileiro de renome mundial. Enquanto o governo militar estava assinando um acordo com a Alemanha para a construção das usinas nucleares em Angra dos Reis, Roberto Pires estava tentando fazer um documentário para denunciar o perigo da energia nuclear.

De volta a Salvador e sem conseguir realizar o documentário, Roberto Pires inseriu todo seu conhecimento e denúncia dentro do longa-metragem “Abrigo Nuclear”, lançado em 1981. O filme de ficção científica foi realizado artesanalmente e com a forte participação de sua família e amigos mais próximos.

Em busca da realização de Inverno Nuclear, um novo projeto com a temática da energia atômica, Roberto passa a morar em Brasília, e participa do movimento cinematográfico no Distrito Federal. Lá, dirige o episódio “A Volta de Chico Candango” dentro do longa metragem “Brasília, a última utopia”.

Um acidente radioativo grave com césio em Goiânia deixa milhares de vítimas, algumas fatais, e chama a atenção do diretor. Roberto desenvolveu pesquisas, entrevistou os sobreviventes do acidente, e dirigiu “Césio 137 - O pesadelo de Goiânia”, seu último longa metragem. O filme levou 6 prêmios no Festival de Cinema de Brasília de 1990. Em 27 de junho de 2001, vítima de câncer adquirido nas filmagens de “Césio 137”, faleceu Roberto Pires.

Programa Memória Roberto Pires

O programa Memória Roberto Pires, responsável pela restauração, preservação e difusão da obra do cineasta, surgiu do amadurecimento de uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas após o falecimento do diretor. O projeto começou, em 2005, quando Petrus Pires encontrou uma cópia de "Redenção", filme que era dado como perdido e encontrado no Instituto Lula Cardoso Ayres, em Pernambuco.

Em 2006, a Iglu Filmes, fundada por Roberto Pires em 1958, é reaberta por Braga Neto, um dos sócios originais, além de Petrus Pires e Paulo Hermida. Estes dois últimos lançaram, em 2008, o documentário Artesão de Sonhos, sobre o legado do cineasta. No mesmo ano, foi fundado o Cineclube Roberto Pires, que apoia e desenvolve ações para preservação e difusão da obra do diretor. Em 2009, o jornalista Aléxis Góis publicou o livro “Roberto Pires - inventor de cinema”, durante sessão em homenagem pelos 50 anos de Redenção na Assembleia Legislativa da Bahia.

Com o apoio da Secretaria de Cultura da Bahia, em 2010, Redenção foi relançado após restauração digital durante o VI Panorama Internacional de Cinema da Bahia.

CineOP

A CineOP chega a sua sexta edição, 15 a 20 de junho apresentando uma programação abrangente e gratuita que reúne 77 filmes – 15 longas, 6 médias e 56 curtas – que serão exibidos ao longo dos seis dias do evento em 36 sessões em três espaços ouropretanos - o Centro de Artes e Convenções, a Praça Tiradentes e o precioso Cine Vila Rica, fundado em 1957, e ainda hoje uma referência entre as salas de exibição que resistiram ao tempo no interior de Minas Gerais.


Serviço

Sessão de “Redenção” na Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP)

Local: Cine Vila Rica. Ouro Preto/MG

Data: Sábado, 18/06

Hora: 18h

Preço: Gratuito

Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros

Local: Centro de Convenções de Ouro Preto/MG

Data: de quinta (16/06) a segunda (20/06)

Informações adicionais

Memória Roberto Pires

http://www.memoriarobertopires.com.br/

Redenção e sua restauração

http://www.redencao50anos.com.br/

Mostra Cine Ouro Preto e Encontro Nacional de Arquivos

http://www.cineop.com.br

Contatos para imprensa

Petrus Pires

Coordenador do Programa Roberto Pires

(71) 8108-0487

Aléxis Góis

Assessor de Imprensa do Programa Roberto Pires

(61) 8220-8802

contato@cambuiproducoes.com

sábado, 4 de junho de 2011

Cine RP no Ibahia.com

link da matéria sobre as ações do Cineclube Roberto Pires, publicado no Ibahia.com no dia 02.06.2011

http://ibahia.com/detalhe/noticia/voce-ja-foi-a-um-cineclube-nega/