quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SINOPSE FILMES DE QUINTA - 29/10

O Espaço Cultural Raul Seixas, mais uma vez recebe uma sessão do Cineclube Roberto Pires. Os filmes de hoje serão:

CHAMA VEREQUETEA história de Verequete é muito parecida com a história de muitos homens do interior do Pará que deixaram tudo, em seus lugares de origem, para tentar conseguir melhorias de vida na capital do estado. A diferença, no entanto, é que Verequete, nesta sua “diáspora”, carregou consigo diversos elementos de sua cultura “original” e os reelaborou em um novo contexto, um contexto urbano, construindo uma identidade cultural que lhe acompanha desde muito tempo até os nossos dias. O carimbó é a sua arte de transformação.
Ficha Técnica - Chama VerequeteGênero: DocumentárioTempo de Duração: 18 minutos, corAno de Lançamento (Brasil): 2002Direção e Roteiro: Luiz Arnaldo Campos e Rogério ParreiraPrêmios: Menção Honrosa - Festival de Curitiba 2002 / Melhor Música(Curta 35mm) - Festival de Gramado 2002

PATATIVA DO ASSARÉ: AVE POESIAO documentário de Rosemberg Cariry estreiou no dia do centenario do poeta de Assaré, no Espaço Unibanco Dragão do Mar, em Fortaleza. O filme foi vencedor do 5º Festival de Belém do Cinema Brasileiro. O filme aborda a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré, destacando a relevância dos seus poemas, o significado político dos seus atos e a sua imensa contribuição à cultura brasileira. Dono de um ritmo poético de musicalidade única, mestre maior da arte da versificação e com um vocabulário que vai do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, Patativa do Assaré é a síntese do saber popular versus saber erudito. Patativa do Assaré consegue, com arte e beleza, unir a denúncia social com o lirismo.

Ficha Técnica - Patativa do Assaré - Ave PoesiaGênero: DocumentárioTempo de Duração: 84 minutosAno de Lançamento (Brasil): 2009Direção: Rosemberg Cariry

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SINOPSE FILMES DE SÁBADO - 24/10

NA SALA WALTER DA SILVEIRA, ÀS 15 HORAS,
O CINECLUBE ROBERTO PIRES ESTRÉIA A PROGRAMAÇÃO
CINEMA DE AUTOR, QUE NESTE MÊS TRAZ JEAN ROUCH

OS MESTRES LOUCOS (curta)
Les Maîtres Fous, França, 1955. Dur.: 26 min.
Dir.: Jean Rouch

A contestação do modelo civilizatório europeu, através do, a princípio, estranho e violento ritual dos haouka, na Costa do Ouro africana. Em Os Mestres Loucos, Jean Rouch se detém sobre a estratégia fundamental dos povos colonizados para resistir aos colonizadores: apropriar-se dos signos que efetuam a dominação e retrabalhá-los, questionando-lhes a naturalidade, a fim de assegurar a inserção e a sobrevivência em uma sociedade injusta e hostil.

CRÔNICA DE UM VERÃO (longa)
Chronique D'Un Été, França, 1960. Dur.: 90 min.
Dir.: Jean Rouch

Durante o verão de 1960, o sociólogo Edgar Morin e Jean Rouch pesquisam sobre a vida cotidiana dos jovens parisienses para tentar compreender sua concepção de felicidade. Durante alguns meses este filme-ensaio segue, ao mesmo tempo, tal enquete e também a evolução dos protagonistas principais. Ao redor da questão inicial « Como você vive ? Você é feliz ?», rapidamente aparecem problemáticas essenciais como a política, o desespero, o tédio, a solidão… Finalmente, o grupo interrogado durante a enquete se reúne em torno da primeira projeção do filme acabado, para discuti-lo, aceitá-lo ou rejeitá-lo. Com isso, os dois autores se encontram diante da experiência cruel, mas apaixonante, do « cinéma-vérité », ou seja, do cinema-verdade.

sábado, 17 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cineclubes em salvador

Cineclubes em salvador
http://www.lupa.facom.ufba.br/2009/10/cineclubes-em-salvador/


Por paulajanay em outubro 14th, 2009

Conheça um pouco do movimento de cineclubes em Salvador, que vai de exibição de filmes raros à mobilização para a democratização do cinema

Júlio Domingos, em sessão do Cine Clube Roberto Pires. Créditos da foto: Nelson Cerino.

Começa assim: alguém pensa em um filme interessante de que gostou e deseja que outros vejam, depois comenta com um amigo, a partir daí nasce uma conversa, um debate com o outro, discutem com o grupo e depois decidem qual filme será exibido. O objetivo é compartilhar, é saber do que não se sabia antes, ver o que não é comumente visto. Conhecer cineastas, filmes e ideias que não eram conhecidas por todos. O que não é exibido nas salas de cinema comerciais não fica esquecido nas locadoras, ou nas estantes dos colecionadores; são vistos por aqueles que participam de uma atividade que é comum e tem uma história longa, mas que muitas vezes é esquecida ou deixada de lado: o cineclubismo.

A possibilidade de ver o que não é exibido comumente nos circuitos comerciais é o que motiva muitas pessoas a participar de um cineclube. Para Tiago Alves, produtor cultural e integrante do cineclube Roberto Pires, o cineclube é importante para quem gosta de cinema por conta da diversidade de termas, filmes e vídeos que podem ser discutidos. “Quando tem muitos pensando, tem sempre alguém que traz uma sugestão que o outro não conhecia, sejam filmes asiáticos, ou até mesmo vídeos produzidos ali no seu bairro, na sua comunidade”, afirma. Esse caráter de compartilhar o que se sabe, para ele, se expressa no ato de “levar filmes que não estão passando na TV, que não se encontram fácil numa locadora, ou em lugar nenhum, a não ser com o dono de um vídeo”.

Mas cineclubismo não é só exibição. Para Tiago o mais importante é o caráter coletivo dos cineclubes: “Assistir a um filme, num cineclube, nunca é uma ação solitária. A gente pensa junto em qual filme vai passar, corre atrás para preparar a exibição, divulgação, e depois discutimos o filme, senão logo após o término da sessão, mas mais tarde no barzinho, ou no dia seguinte, ou nas listas virtuais de discussão”, conta. Para Ramon Coutinho, historiador e integrante do Roberto Pires, as discussões que fazem partes das atividades do cineclube também são importantes. “Acredito no cinema, não apenas como diversão, como um contador de histórias, mas como fonte artística questionadora, capaz mover reflexões que possam extrapolar o próprio espaço cinematográfico”, defende.

Em relação aos cineclubes atuais, o professor e crítico de cinema, André Setaro, se mostra pessimista. Para ele, as ações cineclubistas tiveram o seu auge na década de 50 e 60, depois disso, começaram a surgir outros cineclubes, mas que se mostraram efêmeros. “Naquela época não se tinha oportunidade de ver certos filmes em lugar nenhum. Hoje em dia o cineclube não tem mais sentido. Com o advento do DVD e da internet, os filmes se tornaram mais disponíveis”, opina. Para Setaro, ainda que a proposta do cineclube não seja apenas de exibição, as atividades de cineclubismo podem ser caracterizadas como tentativas condenadas ao fracasso: “Pode haver cineclubes que organizem bem os debates e que possam funcionar, mas atualmente, numa cidade como Salvador, com a locomoção difícil, a violência, as tentativas feitas de cineclube não são bem sucedidas, com raras exceções”.

Gleciara Ramos - Diretora regional do Conselho Nacional de Cineclubes

Cineclubes como militância e ação social

O cineclubismo pode ser encarado, também, como militância em favor dos direitos do público e como uma forma de democratização do cinema. Para Gleciara Ramos, diretora-regional do Conselho Nacional de Cineclubes, “o Brasil carece de salas de exibição, a maioria das salas de cinema está nos shoppings e o preço do ingresso faz com que não seja acessível para todos”. É esse caráter de democratização, para Gleciara, que demonstra a importância dos cineclubes nos bairros e nas associações de moradores: “Os cineclubes são compostos por pessoas que se juntam para ver filmes e discuti-los. E tem a característica de ser democrático, porque é a comunidade que vê os filmes que decide quais filmes irão ver”.

Para Gleciara o direito do público está ligado ao direito à diversidade cultural e ao direito à informação e á cultura. O movimento cineclubista, segundo Gleciara, contribui para essas questões. “Os cineclubes, hoje, com a tecnologia digital, têm condições de produzir pequenos documentários e curtas. Ou mesmo ficções sobre a realidade da comunidade em que estão inseridos. Isso possibilita ter o olhar de dentro e não só o olhar de fora, falando sobre uma determinada comunidade, como na maioria das vezes acontece”.

Quem faz a articulação entre as comunidades e os editais do governo que incentivam a formação de cineclubes, em Salvador, é o Conselho Nacional de Cineclubes. O Conselho é uma associação sem fins lucrativos que surgiu na década de 60 e teve uma grande atuação na ditadura militar. O Conselho foi reaberto em 2004, depois de ter encerrado as suas atividades na época do governo Collor. Tem como objetivo, também, organizar programações coletivas em todo o Brasil. Na Bahia, atualmente, existem 54 cineclubes filiados ao Conselho. A direção regional Bahia-Sergipe é a responsável por criar as equipes que acompanham esses cineclubes. “A função da direção regional é organizar o cineclubismo em sua região. Dar o suporte teórico, técnico, organizacional, fazer reuniões, convocar os cineclubes para decidir as questões”, explica Gleciara.

Um pouco de história

O cineclube na Bahia surgiu na década de 1950 com a formação do Clube de Cinema da Bahia por Walter da Silveira. “O Clube de Cinema foi fundado no sentido educativo, no sentido de uma formação de plateia a fim de que os baianos pudessem conhecer os filmes, por exemplo, do neo realismo italiano, ou do realismo poético francês. Walter da Silveira teve esse trabalho de exibir os filmes, além de fazer um pronunciamento antes deles”, conta André Setaro.

Foram nos clubes de cinema que os cineastas e intelectuais baianos, como Glauber Rocha, Roberto Pires, Orlando Senna e José Umberto Dias, na década de 1950, tiveram acesso a importantes obras do cinema e travavam discussões sobre as obras exibidas. É nesse contexto que surge o Ciclo Baiano de Cinema que resulta na realização de importantes obras do cinema baiano.

Entrevista com Gleciara Ramos

Em entrevista a Lupa Digital, Gleciara fala sobre direitos do público e o movimento cineclubista no Brasil e em Salvador

Gleciara Ramos - Diretora regional do Conselho Nacional de Cineclubes

A entrevista começa em sua casa e ao entrar, ela já me avisa: “Casa de artista plástica é assim mesmo, tem muita coisa, muita informação”. E realmente têm. As paredes estavam completas por quadros feitos por ela e a sala também preenchida com suas peças. Além disso a informação fluiu durante a entrevista, num papo que começou com o objetivo de saber um pouco mais sobre o papel do Conselho Nacional de Cineclubes, Gleciara é a diretora-regional da Bahia-Sergipe, conversamos sobre a história do Conselho, a história do movimento cineclubista e os direitos do público ao acesso à informação e à diversidade cultural, além do processo de produção dos filmes no Brasil.

Início do cineclubismo e desenvolvimento do CNC

“Os cineclubes nasceram com a classe operária em diversas partes do mundo e nos Estados Unidos pelos profissionais liberais. Os clubes de cinema quando nascem, como no exemplo do Walter da Silveira nascem com os profissionais liberais, os advogados, os intelectuais, que já conheciam o cinema, que já eram amantes do cinema. Nesse momento de nascimento, o cinema brasileiro já estava em uma crise. Só no início do cinema o cinema mais visto era o brasileiro, como aconteceu na mairias dos países. Até o cinema americano chegar e monopolizar a exibição dos filmes americanos. O Conselho Nacional de Cineclubes nasce na década de 1960, mas o cineclubismo tem 80 anos. O cineclubismo nasceu em 1928. O CNC se desenvolveu e teve uma atuação muito grande na época da ditadura militar, depois ele teve um período de queda por conta da passagem da película para o filme digital”.

Indústria cinematográfica brasileira

“Nós temos uma produção cinematográfica grande por causa das leis de incentivos fiscais. A Embrafilm era um empresa, que investia em seu dinheiro e tinha parte do seu dinheiro de volta com bilheteria. O financiamento público hoje é totalmente doação do governo, não tem retorno. O povo que paga, através dos seus impostos, os filmes que são produzidos dessa maneira. Mas eles não são exibidos. O Brasil carece com salas de exibição. Só aqui na Bahia é que tem cinemas de arte no Nordeste, além daqui só em outras capitais de outras regiões. Mesmo assim, você não atinge um grande público, só atinge o público de classe média.
O grande público, que nas capitais está na periferia, a maior parte da população hoje mora na periferia, não vê cinema. A televisão também não passa esse cinema. Esse cinema é feito com dinheiro público, mas o público não vê”.

Parceria do CNC com o Ministério da Cultura

“O Minc reconhece isso, o governo federal ainda de maneira modesta e tímida reconhece. Está começando a haver um investimento, e vão abrir salas de cinemas comerciais, além das salas de culturas, que são cineclubes, em parceria com o CNC. O CNC que está monitorando. O CNC que vai dar as oficinas, o Minc dá o equipamento (datashow, telão, quatro caixas de som, mesa de som amplificada). É um reivindicação do movimento cineclubista que esses filmes brasileiros, que foram produzidos com o dinheiro público estejam à disposição de qualquer um e de forma mais barata.

E quais são os direitos do público?

“É o direito de poder escolher o que se passa não só sala de cinema, mas também na televisão. É o direito de acesso a informação e a cultura. Por exemplo, nós temos a produção nacional de filmes, mas quase ninguém vê esses filmes. É a nossa cultura, se você não tem acesso á diversidade cultural as diferenças culturais começam a se perder. Se você compreender o patrimônio cultural como um bem, mesmo que imaterial, você entende que esse bem material está sendo roubado, porque as pessoas não estão tendo acesso a ele. Isso é um direito coletivo, não é de uma geração só. Compromete toda uma coletividade, toda a geração futura”.

Funcionamento da produção de filmes brasileiros

“Alguns realizadores de filmes brasileiros têm a seguinte posição: eles têm o dinheiro do governo para realizar seus filmes e depois de feitos não se importam com a exibição. Pois o filme já é feito com tudo pago. Não se importam se vão ser visto ou não. Você termina o seu filme sem dever a ninguém e com dinheiro no bolso. Não existe estrutura de exibição e não existe estrutura para copiar filmes de 35 mm. A distribuição é cara o governo nunca investiu em uma distribuidora.

O melhor para eles, ao invés de se esforçar para exibir seus filmes, é entrar em outro edital para produzir outro filme que também não vai ser visto. Eles vivem de edital em edital produzindo filmes que ninguém vê, além da própria comunidade intelectual. O fenômeno da comunicação não se dá, mesmo assim, o dinheiro é público. Não há o termômetro do público, para julgar se o filme produzido foi bom ou não porque simplesmente o filme não é exibido”.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

DUAS SESSÕES EM OUTUBRO

NESTE MÊS TEREMOS SESSÕES NOS DIAS :
24, NA SALA WALTER DA SILVEIRA
e
29, NO ESPAÇO RAUL SEIXAS
AGUARDEM MAIORES INFORMAÇÕES!!!