quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Será lançado cineclube em homenagem a Roberto Pires


Redação CORREIO
Será lançado, nesta segunda-feira (8), a partir das 16h, no Grande Hotel de Barra ( Porto da Barra), o cineclube Roberto Pires.

O evento será marcado por um café filosófico com projeções de documentários, palestras e debates com a filósofa e poeta Viviane Mosé. O fim de tarde contará também com um show do cantor e compositor Jorge Mautner.

O cineclube foi criado a partir de uma oficina de documentários e formação cineclubista e homenageia o cineasta baiano Roberto Pires, autor de filmes clássicos como 'A grande feira (1961)' e pelo primeira longa-metragem baiano, 'Redenção' que completará em 2009, 50 anos.
Os curtas 'O artesão de sonhos', dirigido por Paulo Hermida e Petrus Pires e 'Territórios em recorte', produzido pelos participantes da oficina serão apresentados no evento e marcam o início das atividades da produtora Fonte.


Será lançado cineclube em homenagem a Roberto Pires

Redação CORREIO
Será lançado, nesta segunda-feira (8), a partir das 16h, no Grande Hotel de Barra ( Porto da Barra), o cineclube Roberto Pires.

O evento será marcado por um café filosófico com projeções de documentários, palestras e debates com a filósofa e poeta Viviane Mosé. O fim de tarde contará também com um show do cantor e compositor Jorge Mautner.

O cineclube foi criado a partir de uma oficina de documentários e formação cineclubista e homenageia o cineasta baiano Roberto Pires, autor de filmes clássicos como 'A grande feira (1961)' e pelo primeira longa-metragem baiano, 'Redenção' que completará em 2009, 50 anos.
Os curtas 'O artesão de sonhos', dirigido por Paulo Hermida e Petrus Pires e 'Territórios em recorte', produzido pelos participantes da oficina serão apresentados no evento e marcam o início das atividades da produtora Fonte.

fonte: http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=11588&mdl=29

Projeto Cineclube pode surgir como alternativa cultural na região


15/12/2008
Projeto Cineclube pode surgir como alternativa cultural na região

O Cineclube Roberto Pires, inaugurado há extamente uma semana em Salvador, e idealizado a partir de uma oficina de documentários estruturada na capital do estado, com o apoio do Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal, pode ampliar o alcance das suas atividades em outras regiões do estado, como o extremo sul. A afirmação da possibilidade partiu do responsável pelo setor cultural do sindicato, Tiago Alves e de um dos organizadores do projeto, o jornalista e documentarista Aléxis Góis.



O projeto tem entre seus objetivos ampliar o alcance dos Cineclubes em outras regiões do estado. Segundo Tiago Alves, “o Roberto Pires pretende ser o catalisador da criação de novos cineclubes no interior, além disso, um projeto está sendo preparado para fazer oficinas de cineclube nesses locais, para fomentar a atividade cineclubista, inclusive em municípios da região extremo sul”, confirma.



Para Aléxis Góis, a possibilidade de instalação do Cineclube nessas cidades terá de estar atrelada ao desenvolvimento de oficinas como as que resultaram no surgimento do Cineclube Roberto Pires. Ele ainda afirma que essas oficinas podem formar os Cineclubes enquanto pessoas jurídicas, o que é muito interessante para a regularização e a conseqüente participação em projetos de cinema dos governos estadual e federal.



Perguntado sobre as possibilidades da instalação de um grupo em cidades de nossa região, Aléxis informou que “depende muito da vontade das pessoas para organizar. Ele pode existir sem custos, apenas com a reunião pessoas para assistir e discutir filmes, mas caso haja apoio da prefeitura facilita bastante o acesso, porque a burocracia para participar de projetos diminui bastante”, afirmou.



Ainda segundo ele, as administrações dos municípios podem ajudar com a cessão de espaço e equipamentos para a exibição, por exemplo, ou mesmo pagar a oficina e alguns custos. Aléxis lembra que o Cineclube “é uma associação sem fins lucrativos, por isso depende muito da vontade das pessoas para acontecer”. Mesmo que não aconteça o incentivo da prefeitura, as pessoas podem dividir as despesas, que são baixas, e posteriormente pedir incentivo.



Tiago ainda informou que “o objetivo do Roberto Pires é mapear e conhecer todas as atividades cineclubistas da Bahia e provocar uma ação nacional, para que possa-se conhecer a realidade e a abrangência dos cineclubes de todo o Brasil. Num país com tamanha dimensão territorial, este precisa ser um trabalho conjunto, com esforços governamentais e não governamentais.” finaliza.



Giovanni Giocondo

http://www.canal20.net/ver.php?doc=459

Cineclube Roberto Pires é inaugurado

7/12/2008 às 16:10
| ATUALIZADA EM: 07/12/2008 às 16:18 | COMENTÁRIO (1)
Cineclube Roberto Pires é inaugurado

Laura Dantas, do A Tarde

Filosofia, política e cidadania são os focos da vasta programação de lançamento do Cineclube Roberto Pires, que acontece nesta segunda, 8, a partir das 16 horas, no Grande Hotel da Barra, no Porto da Barra. O evento homenageia o cineasta baiano que impulsionou o Ciclo Baiano de Cinema, no final dos anos 50. Roberto foi o autor do primeiro longa-metragem baiano, Redenção, lançado em 1959 e que, em março de 2009, completará 50 anos.

A iniciativa surgiu a partir de uma oficina de documentários e formação cineclubista promovida, em outubro, pelo Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal (Sindireceita/DS Salvador) com o objetivo de formar um cineclube intersindical que pudesse atuar como uma espécie de produtora cinematográfica sem interesse comercial. “É a visão do público com a câmera na mão”, explica a delegada sindical Gleciara Ramos, do Sindireceita/DS Salvador.

Segundo ela, o cineclube funcionará no Espaço Ciranda, no Rio Vermelho, e atuará em três frentes: como pólo multiplicador para formação de público e de cineclubes; como incentivo à produção de documentários focados na realidade brasileira, e como ferramenta de apoio à veiculação de filmes e à criação de uma cinemateca.

Debates – Segundo Gleciara, a compreensão de que a função maior do Sindireceita é a da cidadania fiscal favoreceu a articulação do sindicato com outras associações de classe, a exemplo do Sindsefaz, na promoção de atividades que coincidam com o interesse do público. “Achamos que o audiovisual é uma das melhores ferramentas de acesso à cultura”. Segundo ela, todos os problemas na Receita nascem de uma “blindagem da economia”, que impede a transparência da administração tributária e permite injustiças fiscais e privilégios a uma elite social.

Durante o evento, além da exibição do documentário Artesão de Sonhos, curta sobre a obra de Roberto Pires, com direção de Paulo Hermida e Petrus Pires, haverá uma palestra com a filósofa, psicóloga e psicanalista Viviane Mosé, que irá tratar de novos valores sociais e do papel do Estado na atual conjuntura das relações de poder no mundo contemporâneo.

Além dela, o compositor e escritor Jorge Mautner, que encerra o evento com o show A Senhora da Praia, aborda o tema O kaos e a diversidade cultural na grande revolução da comunicação. Duas mesas de debate – uma para repensar a estrutura a administração tributária e outra em defesa dos direitos do público – completam a programação.

Cinqüenta anos de um marco do cinema baiano

Redenção, primeiro longa-metragem baiano, foi dado como perdido há muito tempo, até que recentemente uma cópia preservada da fita do cineasta Roberto Pires (1934-2001) veio à baila. “O filho dele, Petrus, esteve no Instituto Lula Cardoso Ayres, em Pernambuco, e o pessoal doou a cópia em 16 mm que está na Cinemateca, em São Paulo, precisando de restauração urgente”, diz o jornalista e documentarista Aléxis Góis, que pretende lançar um livro sobre a vida e obra de Roberto Pires.

“Pretendo lançá-lo em março de 2009, época em que o filme completa 50 anos”, diz. O objetivo dos envolvidos com a preservação da obra de Pires é captar recursos para a restauração da película que, segundo Aléxis, deve ficar em torno de R$ 1 milhão.

“Uma das características do Roberto era a generosidade, ensinava tudo o que sabia e nunca se preocupou com popularidade” pontua o jornalista ao falar sobre as muitas habilidades do cineasta: fotografia, trucagem, produção, direção e montagem. Criador de seu próprio equipamento de filmagem, Roberto Pires inventou, na ótica do pai, um sistema de lentes anamórficas baseado no CinemaScope, padrão de filmagem adotado pela indústria americana a partir dos anos 50 e que permitia ampliar o panorama das imagens.

O invento baiano reproduzia a avançada tecnologia do cinema da época e foi apelidado pelo próprio cineasta de Igluscope, nome derivado da Iglu Filmes, produtora de Roberto, responsável pelo primeiro longa-metragem de Gláuber Rocha. “O Roberto Pires assistia a filmes policiais, não tinha nenhuma pretensão de renovar a linguagem cinematográfica e o Glauber, inclusive, era cético, não acreditava que o projeto do Roberto pudesse sair”, explica Aléxis.

Diretor de clássicos da filmografia nacional como A Grande Feira (1961) e Tocaia no Asfalto (1962), Roberto Pires se embrenhou também em roteiros que tratavam dos riscos da energia nuclear e, antes de o tema ganhar projeção com o acidente radioativo, em 1987, em Goiânia, ele já havia feito Abrigo Nuclear (1981). “Depois do acidente, o Roberto entrevistou as vítimas para fazer o filme [Césio 137 – O Pesadelo de Goiânia] de forma mais fidedigna e, como ninguém da equipe se dispôs a entrar no local do acidente, ele resolveu filmar sozinho. Anos depois apareceu com um câncer na laringe que veio ser a causa da morte dele”, conta Aléxis.

http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=1025474

O CINECLUBE

Um grupo? Um movimento? Uma ciranda? Uma rede, uma teia, uma tribo? Um rizoma?
Pessoas unidas, em busca, incidindo sobre as outras. Um público ativo, articulado, alastrado.
Somos uma entidade sem fins-lucrativos, que fomenta e lança, particularmente, a discussão acerca do audiovisual nacional; em primeira instância, e as demais realizações; em segunda instância. Exibimos semanalmente um curta-metragem antecedendo a um longa-metragem, e, após as exibições incitamos o público a debater sobre as temáticas levantadas nos filmes passados e sobre quaisquer temáticas que surjam. Não temos conclusões cristalizadas, nem modelos pré-fabricados. Não acreditamos em estruturas definidas. Não ansiamos por respostas.
Buscamos, em contraposição, a inquietação das perguntas. O que nos move é a vontade de conjugar a pluralidade – a variedade das possibilidades que fortalecem o público. Tirando-nos da condição de passivos espectadores e nos colocando, efetivamente, no papel de ativos colaboradores da revolução audiovisual.

Contamos , para isso, com mais dois braços do nosso rizoma. Nosso outro braço é a Formação.

A PRODUÇÃO

Muitas lentes,
Muitos olhares
Uma linha. Um cruzamento de linhas – entre linhas.
Palavras e ações que ganham forma e corpo através - por meio.
Partes, que unidas, se transformam : através da lente.
Miscelânea desgovernada do pensar cinematográfico.
Um foco, um olhar, dois, três... dez (!)olhares convergindo, dez olhares trocando, dês olhares se mesclando!
Nenhum objetivo se tem, a busca é o caminho insensato, é o pano de fundo dessa via rizomática do fazer audiovisual.

CENTELHAS ESPALHADAS (O OUTRO RAMO DA FORMAÇÃO)

Atualmente, estamos colaborando com o início de dois cineclubes, em duas cidades do estado da Bahia. Uma delas é a cidade de Camaçari, que não tem uma sala de exibição de cinema. O grupo de Jovens Socialistas nos procurou para que colaboremos no processo de iniciação cineclubista da cidade.
A outra, um grupo de mulheres agricultoras, no interior da Bahia, na cidade de Coração de Maria. Fomos até lá e demos início ao processo que está em andamento.
E assim segue esse grande e infinito rizoma, criando seus próprios meios de levar para frente, de confluir em um outro ponto.
A partir daqui, caminhamos rumo ao terceiro braço de nosso rizoma, a Produção.

A FORMAÇÃO/CARTOGRAFIA CINECLUBISTA

A FORMAÇÃO
“Uma multiplicidade não tem nem sujeito nem objeto, mas somente determinações, grandezas, dimensões que não podem crescer sem que mude de natureza (as leis de combinação crescem então com a multiplicidade). Os fios da marionete, considerados como rizoma ou multiplicidade, não remetem à vontade suposta una de um artista ou de um operador, mas à multiplicidade das fibras nervosas que formam por sua vez uma outra marionete seguindo outras dimensões conectadas às primeiras"
[Deleuze, Guatarri, Mil Platos, v1]

CARTOGRAFIA CINECLUBISTA
Lançamos as sementes e andamos em direção aos campos semeados: novos rizomas do audiovisual. Formamos alianças e parcerias, para que se expanda ainda mais esse rizoma.
Nesse caminho, atuamos com profissionais disponíveis em levar a discussão do cineclube, da produção audiovisual, a quaisquer comunidades interessadas. Com oficinas, workshops, palestras, reuniões, bate-papos, e outras formas de contato possíveis, ampliamos essa rede que segue sem fim, instrumentalizando e lançando as fagulhas necessárias para que cada qual se potencialize como ser agente no mundo. Uma rede ininterrupta, absurda e descontrolada , surge.
Lançamos as sementes e andamos em direção aos campos semeados: novos rizomas do audiovisual. Formamos alianças e parcerias, para que se expanda ainda mais esse rizoma.
Nesse caminho, atuamos com profissionais disponíveis em levar a discussão do cineclube, da produção audiovisual, a quaisquer comunidades interessadas. Com oficinas, workshops, palestras, reuniões, bate-papos, e outras formas de contato possíveis, ampliamos essa rede que segue sem fim, instrumentalizando e lançando as fagulhas necessárias para que cada qual se potencialize como ser agente no mundo. Uma rede ininterrupta, absurda e descontrolada , surge.

CINECLUBE ROBERTO PIRES E A ESTRUTURA RIZOMÁTICA NO AUDIOVISUAL

Um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo "ser", mas o rizoma tem como tecido a conjunção "e... e... e..." Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser.Entre as coisas não designa uma correlação localizável que vai de uma para outra e reciprocamente, mas uma direção perpendicular, um movimento transversal que as carrega uma e outra, riacho sem início nem fim, que rói suas duas margens e adquire velocidade no meio.
[Deleuze, Guatarri, Mil Platos, v1, 36]

A extensão de nosso projeto se caracteriza, principalmente, em suas linhas de frente.
Linhas estas, que como um rizoma, não são enclausuradas em seus papéis sociais, mas amplas e mutantes, transformadoras –desconstrutivas. Um simples elemento afeta e incide em qualquer outro.
O Cineclube Roberto Pires, como foi batizado em justa homenagem ao grande cineasta baiano, tem, inicialmente, três vertentes de atuação dentro desse rizoma.

COMEÇAMOS NOSSA JORNADA

Como mais um elemento do cineclube e da linguagem audiovisual, como meio de transformação social, participação e intensidade política, a linha que segue a Fonte Produções, nome que demos pra produtora do Cineclube Roberto Pires, é a da ação social. Por meio de câmeras diversas, com formatos e especificações distintas, cada qual capta o universo conforme compreende, sem dar-se a importância para uma pretensa temporalidade dos fatos, mas utilizando, como ferramenta básica, de um linguajar próprio e único de cada um. Brindamos com o poético e banhamo-nos do extemporâneo. Acreditamos que através da utilização de câmeras, da instrumentalização da sociedade para o uso das mesmas, sairemos, finalmente, da condição de passivos aculturados.
Com a possibilidade dos diversos olhares e a convergência destes, nós, de espectadores, passamos a agentes da ação social que é o audiovisual acessível à população. Você faz a sua história, você mostra a sua visão, você exibe isso. Essa é a idéia que fecha as três vertentes do Cineclube Roberto Pires. A gente exibe filmes nacionais, debate; realiza oficinas, aprende; instrumentaliza, vai para campo, capta; exibe, forma.
E, assim, colaboramos nesse processo rizomático que é o fazer audiovisual.